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A influência cerebral na relação com a comida

Sempre busco diferentes formas de ajudar as pessoas a entenderem a complexidade que é o comportamento alimentar.

Essa regulação, por sua vez, é proveniente de fatores internos e também de influências externas. Ao mesmo tempo que hormônios como grelina, leptina, insulina e glucagon regulam nosso comportamento a frente da alimentação, fatores externos como o ambiente em que estamos, situações sociais e até mesmo nossas emoções possuem importante papel nessa regulação, e tudo isso compõe o apetite.

Esses hormônios são liberados em função do que comemos e da composição corporal e assim, sinalizam o cérebro, que controla a sensação de fome e saciedade. Já os fatores externos estão ligados ao sistema de recompensa, sofrendo influência das emoções e sensações, da pressão social e do prazer.

Esses componentes são o que direcionam a busca pela comida, ditam o valor que atribuímos ao que consideramos recompensas e regulam as propriedades atrativas da comida.

Visualiza o quanto somos incrivelmente complexos? E que qualquer propaganda que faça promessas fáceis demais serão ciladas?

E os fatores externos então? Muito alheios ao nosso controle, dia após dia acrescentam elementos nesse quebra-cabeças que somos.

Nosso apetite, de fato, não é só estar com fome. E, nossa fome, por sua vez, não é só de comida 💚💃🏻🎶🎼📺💡📚

 

Referência:

HIGGS, Suzanne et al. Interactions between metabolic, reward and cognitive processes in appetite control: Implications for novel weight management therapies. Journal of Psychopharmacology, v. 31, n. 11, p. 1460-1474, 2017.

 

 

Comer Intuitivo, como funciona?

O comer intuitivo engloba  princípios como sinais de fome e saciedade, com enfoque na “sabedoria do corpo”. Essa sabedoria nada mais é do que ter a habilidade de identificar os sinais que o corpo nos dá, e assim, respeitar nossas reais necessidades

Porém, nos dias atuais isso não é tão simples assim, existem inúmeros fatores externos que influenciam nessa regulação como propagandas de comida que encorajam a comer independentemente da fome, restaurantes com porções excessivamente grandes e dietas com alimentos prescritos em quantidades determinadas.

Além disso, repetidas tentativas de dieta podem ser prejudiciais à saúde física e mental e transtornos alimentares podem ter seu começo em dietas de baixa energia. O que posteriormente é acompanhado de um comer desordenado.

A prática do comer intuitivo vem para recuperar essa sabedoria do corpo. O objetivo é tentar prestar mais atenção e “se ouvir” mais, percebendo nosso corpo e respeitando-o para que, dessa forma, possamos comer quando se tem fome e parar de comer quando se está satisfeito.

Dito isso, a quantidade de comida e o tipo de alimento vai depender do estado do seu corpo naquele momento, observando que tipo e que quantidade de comida seu corpo necessita.

O resgate dessa habilidade, sim → resgate, pois já nascemos com o nosso “comedor intuitivo” funcionante é um processo que pode ser desenvolvido para pessoas em tratamento de doenças crônicas (diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares), para aquelas que por motivos muito específicos precisam realizar ajustes nos grupos alimentares (síndrome do intestino irritável, síndrome dos ovários policísticos, endometriose, por exemplo) e também pode fazer parte do tratamento em transtornos alimentares e na melhoria da relação com a comida. 

Principal referência utilizada:

VAN DYKE, Nina; DRINKWATER, Eric J. Review article relationships between intuitive eating and health indicators: literature review. Public health nutrition, v. 17, n. 8, p. 1757-1766, 2014.

Dê um tempo e faça algo diferente

Vamos aprender com o que fizemos de equivocado ano passado e tentar olhar para isso?

Quantas das suas pausas do dia são para recarregar as energias? Acredito que a maior parte delas certo?

Nos atendimentos costumo questionar de que formas conseguimos recarregar nossas energias no meio do dia, e o que mais é apontado é o buscar por comida.

Não há dúvidas de que comer nos traga energia e recompensa… mas, e mais o quê?

Olhar pela janela apreciando um café, um chá. Conversar com um amigo, dar atenção ao pet, se refrescar com água no rosto, ouvir uma música, dar uma pequena alongada ou caminhada.

O padrão de estresse contínuo como esse artigo da referência menciona, pode sim alterar nosso padrão alimentar com exigências por sabores e categorias alimentares que, culturalmente, trazem boas lembranças e aquele conforto no meio do dia.

Não há o que se estranhar com relação a isso, é natural. O que tem sido comum, sem ser natural, é a culpa e a sensação de menos valor aliadas a esse comportamento.

Por isso, entender que temos necessidades constantes de fazer atividades diferentes, seja no sentido do movimento ou o acolhimento é urgente.

O que você se propõe a fazer em suas necessárias pausas ao longo do dia? Vamos compartilhar ideias por aqui para ampliar nossas opções e ajudar quem também tem esse desafio.