Hoje, vou te contar uma história sobre equilíbrio na alimentação. E talvez, de alguma forma, ela também seja a sua.
Minha paciente tinha uma rotina corrida. Todas as manhãs, depois de deixar a filha na escola, ela seguia para o trabalho. No caminho, passando por uma loja de doces. O cheiro doce e aconchegante sempre a convidava a entrar. E ela entrou.
Comprava dois cookies: um para comer ali mesmo e outro para mais tarde. Mas, na realidade, os dois eram devorados antes mesmo de chegar ao trabalho. E, junto com eles, vinha um peso – não apenas físico – mas emocional.
Enquanto mastigava o segundo cookie, um sentimento de culpa tomava conta dela. Afinal, ela queria emagrecer. Na sua cabeça, o que deveria estar consumindo era um suco verde da lanchonete ao lado, símbolo de uma alimentação saudável e da mudança que tanto desejava.
Mas, naquele momento, o cookie parecia irresistível. Ele não era só um doce. Ele representava um rompimento. Depois de toda a corrida da manhã, organizar a filha, sair de casa, dirigir no trânsito… aquele era um instante só dela. Um pequeno prazer antes de um dia cheio de reuniões desafiadoras.
Só que, em vez de aproveitar esse momento, ela o vivia com culpa.
(Fonte: Money Times)
A falsa ideia do “tudo ou nada”
Essa história reflete um dilema comum para muitas pessoas que querem emagrecer: a sensação de que para atingir esse objetivo é preciso cortar completamente certos alimentos, como doces e carboidratos.
O problema é que essa mentalidade “tudo ou nada” leva a uma relação difícil com a comida. De um lado, há o desejo genuíno de emagrecer e se sentir melhor. Do outro, há o prazer e o conforto que certos alimentos trazem.
E quando tentamos reprimir um desejo por completo, ele não desaparece – apenas se torna mais forte. O que acontece, muitas vezes, é que a restrição leva ao exagero. O simples fato de pensar que “não posso comer isso” aumenta ainda mais a vontade.
E foi exatamente isso que aconteceu com a minha paciente. Ela acreditava que para emagrecer eu precisava dizer NÃO ao cookie e SIM ao suco verde. Mas esse “NÃO” era mais do que negar um alimento – era negar a si mesma, seus sentimentos, suas necessidades emocionais.
Uma provocação que mudou sua perspectiva
Diante desse dilema, fiz uma provocação para ela:
E se, em vez de escolher um ou outro, você escolhesse os dois?
E se você comesse um cookie e tomasse o suco verde?
Porque, no fundo, o suco verde para ela não era só uma bebida. Ele representava seu desejo de emagrecer, de cuidar da sua saúde, de se sentir bem.
Mas isso não exigiu que ela precisasse privar completamente o cookie. O biscoito não era só um doce – era um momento de prazer, um carinho em meio à rotina cansativa.
A grande questão aqui não era sobre calorias ou nutrientes. Era sobre entender que a alimentação saudável não precisa ser sobre os extremos.
(Fonte: Freepik)
Equilíbrio na alimentação: a chave para uma relação saudável com a comida
Muitas pessoas enxergam a alimentação como uma escolha entre prazer e saúde, como se fosse impossível ter os dois ao mesmo tempo. Mas a verdade é que o equilíbrio é o que realmente sustenta uma mudança de hábitos a longo prazo.
E o quilíbrio na alimentaçãonão não significa comer nada sem critérios, nem viver em um padrão rígido e inflexível. Significa aprender a fazer escolhas que façam sentido tanto para o seu corpo quanto para sua mente.
Quando minha paciente entendeu isso, algo mudou. Ela viu que não precisava viver no 8 ou 80. Que não precisava se privar do que gostava, mas sim aprender a consumir com mais consciência.
E, naquele dia, ela experimentou algo novo: comeu um biscoito e tomou suco verde. Pela primeira vez, não precisou devorar os dois cookies rapidamente, sentindo culpa depois.
Ela se sentiu satisfeita, equilibrada e, o mais importante, em paz com sua escolha.
O que podemos aprender com essa história?
Talvez você já tenha vivido algo parecido e não tenha encontrado equilíbrio na alimentação. Já tenha sentido culpa por comer algo “fora da dieta” ou acreditado que precisa cortar certos alimentos para emagrecer.
Mas e se, em vez de focar no que você não pode comer, você começa a pensar em como pode incluir os alimentos de um jeito mais equilibrado?
O segredo para uma alimentação saudável e sustentável não está na proibição, e sim na moderação. Está em aprender a fazer escolhas que respeitam tanto o seu prazer quanto os seus objetivos.
Se alimentar bem não deve ser um castigo. Não deve ser sobre negar seus desejos, mas sim sobre encontrar formas de incluí-los sem exageros, sem culpa.
E você, já pensou sobre equilíbrio na alimentação?
Na próxima vez que você sentir que precisa escolher entre um alimento que gosta e um alimento que considera saudável, pergunte-se: será que o equilíbrio não pode ser a melhor resposta?
Se você quer aprender a comer de forma mais consciente, sem culpa e sem dietas restritivas, venha conversar comigo! Vamos juntos encontrar o seu equilíbrio?