Nos dias de hoje, crianças e adolescentes têm dedicado uma parcela significativa de seu tempo às redes sociais e sites de fanfic (espaço para escrever e compartilhar histórias).
O impacto do isolamento social durante a pandemia foi especialmente significativo para esse público, afetando seu desenvolvimento, socialização e o acesso exacerbado a recursos online. Em meu consultório, pude observar um aumento considerável na procura por ajuda relacionada à imagem corporal, principalmente após o retorno às atividades presenciais. Muitos familiares buscaram suporte para lidar com adolescentes e crianças que enfrentavam questões ligadas à autoimagem.
Um aspecto crucial a ser considerado é o período de férias. Contrariando a ideia comum, nem todas as crianças e adolescentes desfrutam desse período como esperado. Um bom exemplo, trata-se do planejamento para emagrecimento visando o retorno às aulas, o que não é incomum nessa idade. Sabe-se, que esta prática está entrelaçada à cultura de promessas de dietas de ano novo, somando-se à insatisfação corporal, ao tempo livre e ao maior acesso a conteúdos diversos.
Assim, é essencial um alerta aos cuidadores. Se perceber que crianças e adolescentes seguem nas redes sociais figuras que representam padrões corporais considerados ideais, é crucial abordar o assunto. A comparação é comum, e meninas de 13-14 anos frequentemente se comparam a mulheres mais velhas, muitas vezes sem perceber a artificialidade da imagem projetada.
É importante destacar que o cuidado deve se estender para o período de férias,
pois é acompanhado de tempo extra na internet, associado à cultura de dietas no início do ano, pode desencadear gatilhos perigosos. Dessa forma, o diálogo torna-se fundamental, pois crianças e adolescentes muitas vezes não discernem entre a realidade e as construções cuidadosamente planejadas nas redes sociais.
É necessário explicar que o que é visto online é frequentemente resultado de um trabalho profissional, incluindo cenários planejados e edições de fotos. A comparação abrange não apenas o corpo, mas também a vida como um todo, levando à percepção de classe e desencadeando ansiedade e frustração.
Portanto, o diálogo aberto com crianças e adolescentes sobre suas experiências online é essencial. Não se trata de proibir o acesso, mas de compreender os desafios que eles enfrentam e oferecer suporte quando necessário. A busca por ajuda profissional também é uma opção válida diante de situações mais complexas, pois permite a garantia que esse tema sensível será abordado de maneira consciente e responsável.
Para aprofundar o tema, compartilho um episódio do podcast do qual sou apoiadora, o Nóz da Nutrição, onde falei mais sobre o assunto:
Acesse o episódio sobre férias e insatisfação corporal AQUI
Por fim, vale destacar que o acompanhamento nutricional que ofereço é um grande apoio para auxiliar crianças, adolescentes e familiares a enfrentarem essa situação unidos. O quanto mais precoce for a busca por apoio, mais cedo a relação tranquila com o corpo e com a comida será reestabelecida.
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